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Paraíso Insólito
(Strange Paradise)
Direção: Anselmo Vasconcellos
Roteiro: Breno Augusto Guimarães
É um curta metragem independente que já está selecionado para quatro festivais internacionais, Los Angeles Independent Film Festival Awards, Hollywood International Moving Pictures Film Festival, Glendale International Film Festival e ganhou prêmio de Melhor Curta de Ficção e Melhor Trilha Sonora no Cine Tamoio Festival de Cinema de São Gonçalo, além de indicações para Fotografia, Figurino e Direção de Arte.
A intenção dessa produção é abrir caminhos para a realização de um longa a partir desse roteiro que abrange questões atuais de relacionamento humano com o outro e com as banalidades que embotam a própria comunicação, memória e identidade do ser humano e do coletivo em que vive.
Qualquer acontecimento, por mais insólito ou surpreendente que seja, passa desapercebido ou facilmente esquecido, por conta da efemeridade da atenção e memória humana atual.
Uma situação, onde uma notícia num papel pode mudar a vida de quem a recebe, de quem a concede ou de ambos. Uma notícia, para um homem, de que está gravido, decerto mudaria a sua vida e a de quem estivesse ao seu redor, quisá, do mundo todo.
Entretanto, a banalidade que nosso mundo vivencia faria com que até mesmo eventos paradigmáticos desse porte fossem esquecidos em segundos, simplesmente como o rolar do feed de notícias internético.
Dessa proposição simples nasceu a idéia do nosso Paraíso Insólito, o qual representa o mundo em que vivemos na contemporaneidade em si próprio, um paraíso, tornado insólito por conta das banalizações das relações humanas e conceitos ético sociais que existem desde os primórdios da nossa existência, mas que se perderam nessa conturbação das fugacidades desse mundo contemporâneo.
PARAÍSO INSÓLITO (STRANGE PARADISE)
É através do humor que podemos expor os males e feridas que afligem a sociedade. A referência estética do filme vem dos grandes clássicos do cinema. O cinema é um dos poucos que sabem como lidar muito bem com o brincalhão e o real na mesma narrativa. Veja os filmes de Michel Gondry ("The Foam of the Days"), Jean Pierre Jeunet ("Delicatessen", "Amelie Poulain") e, mais recentemente, "O Novo Testamento" de Jaco Van Dormael, eventos surrealistas que levarão a as reflexões propostas.
Os protagonistas de todos os filmes citados são heróis do nosso tempo: procuram uma visão humanista sobre a grande doença, a depressão, além da banalização das relações humanas e da efemerização dos significados. Com esse olhar ingênuo e macio, eles podem sobreviver. Esses filmes são inspiradores e há referências de filmes clássicos, como Rocky, Hair, Chaplin, Hitchcock, Hannibal, Junior (filme de Arnold interpretando um grávido!) mas especialmente Stallone's Rocky, porque fala sobre a simplicidade de viver e coragem de crescer, e Hair, porque fala sobre a liberdade da alma através do amor cósmico.
O filme em preto e branco refere-se ao cinema noir, também em uma simples homenagem a esse estilo indelével.
O contraste funciona melhor
Diante desse mundo fantástico, nossos personagens transitam diante da falta de amor e cooperação, além da banalização do fator humano dentro do próprio gênero humano.